Nesta página você encontrará semanalmente uma interpretação de uma letra de música feita por mim, baseado em estudos próprios e bagagem musical. Normalmente eu colocarei interpretações de músicas que eu ouço com mais frequência, seja ela famosa ou não, mas aceito suas sugestões.
E hoje eu estreio com a música que eu mais amo da banda católica - Rosa de Saron - Se
1ª Estrofe:
Se eu tivesse olhos para olhar
Se eu tivesse pernas que me levassem para um outro lugar
Neve, leve chuva, vento, pôr-do-sol
Sonho, riso, choro, compreensão
Se eu tivesse boca, talvez pudesse um dia tentar proferir
Algo tão leve, leve, como leve. "Oi amor"
"Leve- onde possa me encontrar"
2ª Estrofe Se eu não tivesse orgulho pra ferir
Se eu não tivesse vaidade e estivesse na idade de quem pode rir
Eu diria "Oi amor, já disse amo você?"
Se eu não coubesse em mim
Se eu não tivesse o que falar
Refrão + Parte final:
Mais amor, mais perdão, mais tempo, mais um algo a mais
Menos lá-lá-lá-lá-lá
Mais fervor, mais cor, mais luz, mais fé, mais Deus
Menos blá-blá-blá-blá-blá
Se é altar, em qual lugar mais apropriado que este?
Pra se dizer "Sou eu...
Quem pode ser aquele que mudou aquilo que antes era
E hoje é muito mais"
Mais que eu.
Originalmente a música tem uma outra estrutura, como vocês podem ouvir no vídeo, (1ª estrofe, refrão, 2ª estrofe, refrão com parte final, solo de guitarra, refrão - típico do RDS), mas eu tive que mudar pra não ficar muito grande o texto e pra dividir bem a discussão.
#partiu
A música é realmente linda, né? Além de uma gostosa melodia, traz consigo uma letra com uma mensagem incrível disfarçado por verbos no pretérito imperfeito. Por que utilizar esses tipos de verbo? Por uma simples resposta: há muitas pessoas que gostariam de ter o que muitos não dão valor. E na primeira estrofe podemos encontrar, inteligentemente escrito pelo Guilherme de Sá, exemplos disso.
Se eu tivesse olhos - Deficiência visual
Se eu tivesse pernas - Paraplegia
Se eu tivesse boca - Mudez
Interessante que o verbo "tivesse" está de uma forma bem reflexiva e após a demonstração das deficiências, sensações bem simples como chuva, neve, riso que são coisas fáceis de encontrar e sentir pra quem não tem nenhuma deficiência e simplesmente não dão valor ou conta de que muitos queriam está no nosso lugar.
Na terceira deficiência (mudez) a simplicidade dos gestos continuam, "Oi amor", quantos hoje dizem isso ? Não dizendo de forma mecânica e sim de formar amorosa e sentimental. Tantas coisas fúteis e brigas desnecessárias deixam-nos robôs sem sentimentos.
Seguindo a segunda estrofe, encontramos o mesmo verbo pretérito imperfeito, porém da forma negativa. Ele não cita mais deficiência física, mas sim sentimentos as quais o autor não queria ter.
Se eu não tivesse orgulho
Se eu não tivesse vaidade
Orgulho fere, é o primeiro fato relatado na segunda estrofe. Na segunda parte vemos duas condições: "Se eu não tivesse" e "e estivesse" (Idade de quem pode rir = Juventude) - Eu diria "Oi amo, já disse amo você?", o que vaidade não pode fazer com o ser humano ? Ao ponto de não deixar uma pessoa dizer que a ama e chegar a velhice com muitos arrependimentos.
Se eu (orgulho, vaidade...) não coubesse e mim.
Se eu não tivesse (arrependimento) o que falar
Chegamos então no refrão que é de fácil entendimento, não precisa nem tá explicando aqui, mais coisas boas e menos Blá blá blá...
Porém, após o refrão e bem interessante o que o autor escreve:
Se é altar, em qual lugar mais apropriado que este?
Pra se dizer "Sou eu...
Quem pode ser aquele que mudou aquilo que antes era
E hoje é muito mais"
Mais que eu.
Altar é o lugar onde você deve tirar sua mascara, dizer quem você é, mostrar e desfazer dos seus preconceitos. É o lugar onde você deve mudar, ser semelhante "aquele que mudou" = Jesus Cristo. O mesmo Jesus que é maior do que qualquer "eu" nosso.
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