E a sensação de escrever nesta página me traz sentimentos mistos que confesso não saber assimilar muito bem.
O que passa no meu cérebro e dedos ao que "devo" de fato escrever?
A verdade é que eu me escondi atrás de uma mentira que construí sobre um talento perdido na selva de indecisões. Foram anos de tentativas frustradas para no fim me tornar aquilo que mais criticava quando cheguei a maior idade.
Por mais que eu não soubesse de fato o que eu queria ser/fazer, a linha traçada na minha mente fazia muito sentido (o pior é que ainda faz): uma faculdade, reconhecimento familiar, dinheiro mensal e uma vida adulta saudável. Resultado? Frustração! Muito pelo fato da ausência do poder aquisitivo, mas o que eu me pergunto, se não deu certo, de onde vem então esse maldito poder?
A vida amarga para os procrastinadores e sonhadores de sofá. Para onde foi então o tal talento que eu jurava ter? Enterrado por uma escavadeira que alcança todo lugar? Ou perdido no espaço de Christopher Nolan?
Bom, a verdade é que eu naveguei por algumas tentativas do "sucesso". Escrevi críticas cinematográficas; investi em curso de aperfeiçoamento; redirecionei minha velocidade escrita para cálculos de porcentagens; entre outras coisas que, no fim, me trouxeram para o mesmo lugar.
Está certo. Não posso reclamar por estar empregado em um país com uma frágil economia e estar muito bem casado com alguém que, de fato, nunca foi idealizado pelo meus ideais que regiam minha cabeça quando era o nome deste blog, mas sim do eu que priorizou a correta sensatez adulta, e certamente essa foi minha melhor (talvez única) boa escolha.
Mas e agora? Por que eu estou aqui? Por que os questionamentos do passado são mais fortes do que as propensões futuras?
Eu queria poder dizer que estou cansado dessa frustração, mas isso seria apenas mais um reclame que somaria com todas as outras ao longo desses últimos 10 anos.
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